segunda-feira, 4 de setembro de 2006

O presente (parte II) - A missão

- O senhor deseja alguma coisa? - diz uma moça toda sorridente. Arílson responde, todo tímido: 

- Hã.. bom, estou só dando uma olhadinha... quer dizer, não pra mim, é pra minha esposa.

- Entre, fique à vontade, vou "estar buscando" umas peças que "estão acabando" de chegar!

Ele entrou e tentou ficar à vontade. Claro que não ficou. Com meia-dúzia de senhoras falando em bojos, taças, ligas e elásticos ele se sentia o único macho num raio de uns 250 quilômetros.

A vendedora voltou:
- Qual o tamanho dela?

- Dela? - perguntou assustado apontando para uma senhora de uns 120 quilos passava na frente dele carregando um poodle. - Ah! da minha esposa? Tamanho? Sei não... acho que é parecida com você, talvez um pouco mais alta - arriscou, coçando a cabeça, tentando se lembrar das proporções pra depois convertê-las em alguma unidade métrica que a moça entendesse.

Mas nem precisava. Ela - como qualquer mulher em uma loja - está mais empolgada do que ele e já escolheu:

- Ah, então esse vai ficar muito bonito. O que o senhor acha?

Ele não sabia o que achar, mas antes dele conseguir falar qualquer coisa, ela já tinha outra peça na mão:

- Mas tem essa outra aqui ó. É um pouquinho menos discreta. E tá usando...

Menos discreta? Ele ficou procurando. Conseguiu ver um pedacinho de pano atrás da etiqueta do preço (que crescia de forma inversamente proporcional à quantidade de tecido utilizado, indo contra todas as regras para cálculo de custos e precificação). E "tá usando" é a desculpa para nós também usarmos coisas que jamais usaríamos normalmente.

- Obrigado, vou dar mais uma olhadinha...

Saiu correndo... talvez no ano que vem. Esse ano, ele queria algo mais elegante, talvez uma joia.

(continua...)

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai,Ai,Ai... Será que é uma dica do que vou ganhar esse ano?..rsrsrs